Diante dos desafios globais para atendimento às metas climáticas, a produção de combustível de baixa intensidade de carbono, por meio do coprocessamento de matérias primas biogênicas com derivados de petróleo nas refinarias, especialmente para a geração de óleo
diesel e querosene de aviação, tem se tornado uma demanda crescente. Entretanto, o processamento de cargas biogênicas, cuja origem pode variar entre óleos vegetais ou animais, tratados ou não, pode resultar em mecanismos de corrosão nas unidades
de processo que não foram previstos no projeto. Nas unidades de hidrotratamento os principais mecanismos de corrosão associados ao
processamento de cargas biogênicas incluem:
i. Corrosão nos sistemas de carga/aquecimento: Esta corrosão está relacionada à presença de ácidos carboxílicos, particularmente ácido graxos. Apesar do sulfeto de ferro (produto de corrosão), ter potencial inibidor, o processamento de altas frações de carga renovável com baixo teor de enxofre pode resultar em taxas de corrosão extremamente elevadas nos materiais comumente utilizados
na seção de aquecimento de carga [5]. Testes de laboratório indicam que este processo corrosivo pode apresentar morfologia similar ao da “Corrosão Naftênica”, mas sem o efeito inibidor do hidrogênio, como observado nas cargas minerais [3];
ii. Corrosão no sistema de resfriamento do efluente de reação: Esta corrosão está associada à geração de água durante a reação, por compostos presentes em correntes renováveis, que podem ativar mecanismos de corrosão sob depósitos de sais de amônia, ou de corrosão sob tensão associado ao cloreto de amônio;
iii. Corrosão em sistemas de gás de reciclo: Esta corrosão ocorre em virtude da formação de ácido carbônico a partir de dióxido de carbono gerado na reação de hidrotratamento.
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