PALESTRANTE: MARCIO BISPO DE ALMEIDA
Coordenador técnico do laboratório de corrosão e proteção do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo desde 1999 até hoje – Exerce atividade de coordenação de equipes no laboratório de corrosão, execução e desenvolvimento de ensaios na área de corrosão e proteção, inspeção e montagem de ensaios em campo, avaliação de pintura em instalações e equipamentos, ensaios físicos em tintas liquida, aplicação de revestimentos, avaliação de sistemas de proteção catódica, avaliação de processos e produtos para indústrias de galvanoplastia.
Instrutor da ABRACO – Associação Brasileira de Corrosão, nos cursos de formação de inspetores de pintura industrial nível 1 e 2 desde 2010 até hoje.
Instrutor do curso de pintor industrial da Escola Senai-SP período de 2019 a 2022. – Ministra treinamento teórico e prático nas disciplinas: preparo de superfície, aplicação de tintas, estimativa de custos no processo de pintura industrial, avaliação das características da película seca de tinta.
RESUMO DO MINIEVENTO
Os poluentes atmosféricos e as condições climáticas estão intimamente relacionados com corrosividade atmosférica e, dentre os poluentes, os íons cloreto e o dióxido de enxofre (SO2) são os mais comuns. Suas fontes principais são os ambientes marinhos e industriais, respectivamente, mas pode haver ambientes onde coexistem os dois agentes simultaneamente; são as atmosferas classificadas como marinha industrial. Quanto aos parâmetros climáticos, temperatura, umidade relativa, precipitação pluviométrica, tempo de molhamento e ventos são os mais importantes. No caso de ambiente internos, não há efeito dos ventos e nem de precipitação pluviométrica; por outro lado, a temperatura, a umidade relativa e, consequentemente, o tempo de molhamento são os de fundamental importância.
Em geral a classificação da corrosividade de atmosferas é feita com base nos poluentes atmosféricos; os fatores climáticos atuam muito mais como acelerador ou atenuadores dos processos de corrosão atmosférica. A temperatura por exemplo pode acelerar as reações de corrosão, mas também pode secar a superfície, o que reduz o contato com água e consequentemente as taxas de corrosão.
Análises similares podem ser feitas, também, com as chuvas e com o vento. As atmosferas são classificadas quanto à corrosividade em:
Rural: caracterizada por teores baixos de poluentes, em geral distantes de fontes poluidoras, com influência apenas de chuvas e temperaturas;
Urbana: típica de centros populacionais, normalmente contém compostos de enxofre e material particulado em concentrações moderadas, podendo ainda apresentar algum teor de íons cloreto e de monóxido de carbono;
Industrial: típica de centros populacionais, normalmente contém compostos de enxofre e material particulado em concentrações moderadas, podendo ainda apresentar algum teor de íons cloreto e de monóxido de carbono;
Marinha: sob influência do mar ou perto da costa, com alta concentração de cloreto de sódio na forma de cristais ou de névoa salina. O teor de cloreto de sódio na atmosfera diminui sensivelmente à medida que se afasta do mar.
Conhecer a corrosividade atmosférica aos metais tem sido útil quando se deseja fazer seleções mais adequadas dos materiais que serão empregados em determinadas condições de exposição.
A norma ISO 9223 destaca duas metodologias para classificar atmosferas quanto a sua corrosividade: por meio da taxa de corrosão de quatro materiais padrão (aço-carbono, cobre, zinco e alumínio) e por meio da taxa de deposição dos principais poluentes, como compostos de enxofre e cloreto e também temperatura e umidade relativa.
Vamos abordar as etapas utilizadas para avaliar e classificar os ambientes quanto ao grau de corrosividade de uma maneira mais pratica e procurar expor as minucias que existem em cada etapa do processo.